segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ser

um paciente a se contorcer
um carro a se locomover
instrumentos a tocar

deveres para cumprir
contas a pagar
reus para julgar

o que ser
o que fazer
o que não fazer
ter,ser, possuir
o que, quando, para que ?

advogado fazendeiro
médico engenheiro
musico publicitário
reu
e
culpado!

profissão

constitucionalizar
musicalizar
remediar
fabricar.
amar o
que
faz
é
e
s
s
e
n
c
i
a
l
.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Minha cidade

Corro na areia quente,
Mergulho nas águas dos mares,
Sinto as fortes correntes,
Respiro o mais puro dos ares.

Ai que delícia voltar do mar
depois de um belo mergulho,
em águas sergipanas, que orgulho!

No mundo, não existe nada igual.
Não há praias melhores, nem felicidades
maiores que as da minha terra natal.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Palavras

Letra é palavra
Palavras são letras
Palavras são frases
Que também são palavras.

É como um todo composto por duas partes
Cada parte é ao mesmo tempo parte e todo.
E cada parte é ao mesmo tempo parte, todo
E várias outras partes.

Letra é palavra
Palavra é palavra
Tudo é palavra
Nada é palavra.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Lápis

A ponta que cria
(Ora muito, Ora nada)
É a ponta que mata
sem sangue, sem faca.

Do grafite escuro
Choro minha noite;
Cuspo meu dia;
Expurgo minha agonia.

Meu lápis sem escolha
Dança sobre a folha,
Passos desordenados
Num ballet descompassado.

Quando termino, desprezo
Essa pseudo arte sem hora,
E engulo com meu ego
Tudo o que cuspi outrora.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dói

Dói a dor da vida,
Arde a ferida
aberta, fechada.

Ferida invisível
Que sangra, sem sangue,
Um sangue sem cor,
sem pudor, sem razão.

Ó Sangue invisível
Que corre dentro de mim,
Arraste minha agonia e lave
Minha dor sem fim.

terça-feira, 26 de maio de 2009

(Des)Crença

Não acredito em amor.
Defininitivamente, não creio nisso.
Não creio em coisa alguma
E não me preucupo em crer.

Vivo como uma folha no mar
inerte aos movimentos das correntes.
Não sei nada,
nem me importo em sabê-lo.

Mas, no ápice da minha descrença,
Amo-te. Como ?
(Se em amor não creio)

Pois, mesmo inerte (e principalmente inerte)
O amor consome nossa descrença.
E nos consome.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Verdades

Os dias passam, as horas passam, a dor fica.
Não a dor tola do coração, dos apaixonados (que sempre me abate)
Mas a dor de viver, sem crer em viver.

Estou farto (ainda jovem) de especulações metafísicas;
Estou farto de ceitas mentirosas;
Cansa-me o mistério;
Abate-me o futuro, gélido, arenoso e escuro;
Preocupa-me o fim.

Quero a verdade, Mas me negam
(quem a nega se ninguém a tem ?)
Quero verdade, e verdade não posso ter
(Sou apenas alguma molécula de algum
sal dissolvido no mistério do nada)
Quero a verdade!
Ver-da-de.